Cada vez me convenço mais de que aquilo que vou dizer é verdade: se eu fizer tudo quanto está ao meu alcance, sei que é Natal, não importa em que altura do ano. O lamento mostra que somos muito sensíveis e amargurados, mas não faz de nós mais gente porque isso é nada para dar aos outros.
E é por causa daquilo que escrevi acima que gosto infinitamente mais do seu post do que do original (que me perdoe a autora se tirei conclusões precipitadas), porque, ao acrescentar a fotografia, a Meg meteu mãos à obra, agiu e contribuiu para dar o alerta.
Querida Meg como sempre certeira. Fui, como faço quase todas as semanas para Oeste. Por altura do Natal, naquela zona, as casas tornam-se feéricas, cheias de luzes, Pais Natais pendurados por todos os lados. Fiz o percurso do costume. Luzes só em algumas casa comerciais. Três pais Natais, dois pendurados pelo pescoço em duas casas particulares e um insuflado à porta de uma casa comercial. Mais nada. Isto quer dizer qualquer coisa. Será a tal consciência do precário que nos atinge. Adoro o que escreves. Beijinho Isabel
Agradeço do coração as suas palavras, mas devo dizer-lhe que o Natal é para mim uma quadra não particularmente feliz. Temos a nossa família, é certo, mas como podemos esquecer-nos daqueles que não tem nada? E o que vejo para a frente? A pobreza institucionalizada, uma nova classe (!) social... coisa mais natural... a caridadezinha escandalosa de muitos dos que muito contribuiram e contribuem para esse mesma pobreza - caridade que se desenha e se alivia... o mundo virado do avesso. E as crianças então...!
Não estou muito feliz, não, minha amiga, mas já é costume!
Voltei, sim... como não voltar? Mas parece que há uns problemas para resolver. Em alguns blogs o link actual remete para um post de há um ano! Mistério! Mas não estou com paciência para me meter a adivinhar...pode dar mau resultado e eu desaparecer de vez. Posso ir à festa no bnb?
Então temos isso em comum... eu queria adormecer em Novembro e acordar em Janeiro... estou a ficar alérgica a todas estas manifestações e apelos de poupança e consumo ao mesmo tempo, esquecendo o óbvio, a real situação do país e do mundo. O vil metal continua a ditar as regras.
Eu creio que ainda há gente com tento por aí, algures, talvez mais para o interior. Os que mais carências passam. Há insularidade e não podemos esquecer a interioridade. E não podemos ignorar os sinais, que nos apertam o coração, principalmente nesta quadra que de ano para ano se transforma em sofrimento e infelicidade para tantos que nos rodeiam, para não sairmos cá da "aldeia"!
Ao ler o sem comentário, vejo andamos pelos mesmos caminhos no que diz respeito a esta quadra dita festiva, conforme pode verificar pelas respostas aos comentários anteriores. FESTIVA PARA QUEM? Pois!
As pessoas grandes são aquelas que, condoendo-se com a miséria alheia, arregaçam as mangas e oferecem de si aos outros: do seu tempo, dos seus bens, da sua atenção e solicitude... Foi isso o que a minha amiga fez com este artigo e isso marca toda a diferença.
Vejo , agradada,que o meu amigo Herético te aprecia, o que não admira num ser inteligente e sensível como ele é.
É bom poder assistir ao início de um relacionamento assim , entre duas pessoas que muito considero.
Hoje fui a Lisboa e o o meu coração vem triste com a miséria e o abandono tão a crescer a olhos vistos sem que nada se faça oficialmente a favor de quem precisa.
E "1974"( a peça que fui ver ao Dª Maria II) retrata tão fielmente o nosso trajecto antes e depois de 25 de Abril , que saí amargurada.
Por vezes, o me mais me aflige também é o sentimento de impotência e de raiva por este estado de coisas que não achava possível quando se diz que "este é um mundo desenvolvido". EM QUÊ?
Seja bem vindo a este blog. Aqui todos os que vierem por bem, serão bem recebidos e, no seu caso, pelos amigos que temos em comum, ficarei muito honrada com a sua presença e amizade. Claro que me pode adicionar aos seus links... Nos meus, o Relógio... já consta.
É sempreuma honra receber aqui em casa, aqueles que partilham as mesmas preocupações, os mesmos receios, as mesmas ideias. Por isso foi com omaior prazer ter o Herético entre nós, aqui...
Sobre o que viste, é o que a maior parte de nós vê e sente, mas a que muitos são indiferentes, São!
É realmente espantoso que quando escrevi aquela resposta, estava precisamente a pensar, não já na Lua, mas... em Marte. Como é que o homem já consegue ir a Marte e não achou ainda a solução para os problemas cá no "quintal"? A fome a crescer assustadoramenre em pleno séc.XXI... É com isso que não me conformo. minha amiga!
Partilho, como sabes , esse teu sentimento nesta quadra. A minha escrita é, para quem me vai conhecendo, apenas o reflexo da minha vida. Uma vida que dedico a quem sofre, arregaçando mangas, por eles, todos os dias e chorando, por eles, todas as noites. Não podemos mudar o mundo mas, podemos levar o sol para a nossa aldeia. É isso o que tento fazer...
Mais uma vez te agradeço do fundo do coração a referência. Sou, como sabes, humilde cidadã do mundo cuja vida se concretiza no sol e na sombra de todos os sentimentos que envolvem a humanidade.
21 comentários:
Cara Meg
Fui ler o original.
Cada vez me convenço mais de que aquilo que vou dizer é verdade: se eu fizer tudo quanto está ao meu alcance, sei que é Natal, não importa em que altura do ano. O lamento mostra que somos muito sensíveis e amargurados, mas não faz de nós mais gente porque isso é nada para dar aos outros.
E é por causa daquilo que escrevi acima que gosto infinitamente mais do seu post do que do original (que me perdoe a autora se tirei conclusões precipitadas), porque, ao acrescentar a fotografia, a Meg meteu mãos à obra, agiu e contribuiu para dar o alerta.
Um grande abraço
Oh minha linda
Que bom que voltaste. Tu tinhas desaparecido...O branco no branco fica em festa por causa da tua volta.
Beijinho
:)))
Tenho um estranho sentimento pelo Natal! Mesmo na minha fase «católica» olhava com reservas este tempo...
Beijinho
Querida Meg
como sempre certeira.
Fui, como faço quase todas as semanas para Oeste.
Por altura do Natal, naquela zona, as casas tornam-se feéricas, cheias de luzes, Pais Natais pendurados por todos os lados.
Fiz o percurso do costume. Luzes só em algumas casa comerciais. Três pais Natais, dois pendurados pelo pescoço em duas casas particulares e um insuflado à porta de uma casa comercial. Mais nada.
Isto quer dizer qualquer coisa.
Será a tal consciência do precário que nos atinge.
Adoro o que escreves.
Beijinho
Isabel
...que se faz negro e cruel o Natal dos excluidos.
Abraço
Amiga Fátima,
Agradeço do coração as suas palavras, mas devo dizer-lhe que o Natal é para mim uma quadra não particularmente feliz. Temos a nossa família, é certo, mas como podemos esquecer-nos daqueles que não tem nada?
E o que vejo para a frente? A pobreza institucionalizada, uma nova classe (!) social... coisa mais natural... a caridadezinha escandalosa de muitos dos que muito contribuiram e contribuem para esse mesma pobreza - caridade que se desenha e se alivia... o mundo virado do avesso.
E as crianças então...!
Não estou muito feliz, não, minha amiga, mas já é costume!
Um beijo
Mdsol,
Voltei, sim... como não voltar?
Mas parece que há uns problemas para resolver. Em alguns blogs o link actual remete para um post de há um ano! Mistério!
Mas não estou com paciência para me meter a adivinhar...pode dar mau resultado e eu desaparecer de vez.
Posso ir à festa no bnb?
Beijinho
Ana,
Então temos isso em comum... eu queria adormecer em Novembro e acordar em Janeiro... estou a ficar alérgica a todas estas manifestações e apelos de poupança e consumo ao mesmo tempo, esquecendo o óbvio, a real situação do país e do mundo. O vil metal continua a ditar as regras.
Um beijinho para ti
Isabel,
Eu creio que ainda há gente com tento por aí, algures, talvez mais para o interior.
Os que mais carências passam.
Há insularidade e não podemos esquecer a interioridade.
E não podemos ignorar os sinais, que nos apertam o coração, principalmente nesta quadra que de ano para ano se transforma em sofrimento e infelicidade para tantos que nos rodeiam, para não sairmos cá da "aldeia"!
É muito difícil ser feliz assim, Isabel!
Um beijinho
Caro JRD,
Ao ler o sem comentário, vejo andamos pelos mesmos caminhos no que diz respeito a esta quadra dita festiva, conforme pode verificar pelas respostas aos comentários anteriores.
FESTIVA PARA QUEM?
Pois!
Um abraço
Um beijo
Cara Meg
As pessoas grandes são aquelas que, condoendo-se com a miséria alheia, arregaçam as mangas e oferecem de si aos outros: do seu tempo, dos seus bens, da sua atenção e solicitude... Foi isso o que a minha amiga fez com este artigo e isso marca toda a diferença.
Um grande abraço
tenho lido poe aí uns comentários seus que muito aprecio. a ponto de me atrever a entrar no seu blog...
peço licença para o incluir nos meus favoritos.
cumprimentos
Vejo , agradada,que o meu amigo Herético te aprecia, o que não admira num ser inteligente e sensível como ele é.
É bom poder assistir ao início de um relacionamento assim , entre duas pessoas que muito considero.
Hoje fui a Lisboa e o o meu coração vem triste com a miséria e o abandono tão a crescer a olhos vistos sem que nada se faça oficialmente a favor de quem precisa.
E "1974"( a peça que fui ver ao Dª Maria II) retrata tão fielmente o nosso trajecto antes e depois de 25 de Abril , que saí amargurada.
Um abraço enorme, querida.
Fátima,
Por vezes, o me mais me aflige também é o sentimento de impotência e de raiva por este estado de coisas que não achava possível quando se diz que "este é um mundo desenvolvido".
EM QUÊ?
Um beijinho para si.
Herético,
Seja bem vindo a este blog.
Aqui todos os que vierem por bem, serão bem recebidos e, no seu caso, pelos amigos que temos em comum, ficarei muito honrada com a sua presença e amizade.
Claro que me pode adicionar aos seus links...
Nos meus, o Relógio... já consta.
Um abraço
São,
É sempreuma honra receber aqui em casa, aqueles que partilham as mesmas preocupações, os mesmos receios, as mesmas ideias. Por isso foi com omaior prazer ter o Herético entre nós, aqui...
Sobre o que viste, é o que a maior parte de nós vê e sente, mas a que muitos são indiferentes, São!
Temos de agir, minha amiga, temos de agir.
Um beijinho
Cara Meg
A sua resposta fez-me lembrar uma cantiga concorrente ao velho ferstival da canção (não me lembro do ano). Dizia assim:
"Há um homem a subir à Lua
Outro que dorme na rua"
Esta letra foi mudada e deu origem à "Maria Vida Fria", do Paulo de Carvalho. Lembra-se?
Creio, no entanto, que o principal motivo do corte da censura se deveu a outros versos: "Há um preso por roubar um pão / E outro só por dizer não!"
Mudámos tanto e tão pouco!
Um abraço
Minha cara Fátima,
É realmente espantoso que quando escrevi aquela resposta, estava precisamente a pensar, não já na Lua, mas... em Marte.
Como é que o homem já consegue ir a Marte e não achou ainda a solução para os problemas cá no "quintal"?
A fome a crescer assustadoramenre em pleno séc.XXI...
É com isso que não me conformo. minha amiga!
Beijinho
Yourself?
Beijinhos
Caro Vieira Calado,
Yes, Meg, Myself, até ver!
Beijos
Querida Meg
Tinhas-me avisado, mas eu perdi-me no tempo...
Partilho, como sabes , esse teu sentimento nesta quadra. A minha escrita é, para quem me vai conhecendo, apenas o reflexo da minha vida. Uma vida que dedico a quem sofre, arregaçando mangas, por eles, todos os dias e chorando, por eles, todas as noites.
Não podemos mudar o mundo mas, podemos levar o sol para a nossa aldeia. É isso o que tento fazer...
Mais uma vez te agradeço do fundo do coração a referência.
Sou, como sabes, humilde cidadã do mundo cuja vida se concretiza no sol e na sombra de todos os sentimentos que envolvem a humanidade.
Um grande beijinho
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